
Trago sorrisos, lágrimas, histórias, abraços. Trago momentos felizes, momentos de decepção. Carrego pessoas ao colo, amores e desamores... Não pretendo nem sou um livro aberto, mas também não sou assim tão fechado que não consiga abrir uma parte para o público. Basta ter algum jeito, saber folhear cada página, uma a uma, e descobrirás uma história nova em cada texto, e novas personagens. Quem sabe se não és tu? Ou se a escrita revela a realidade... Quem sabe! Só tu o podes saber... Romeu Costa
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Poema do silêncio
José Régio,
Sim, foi por mim que gritei,
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.
Foi em meu nome que fiz
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que eu não vi serem necessárias e vós vedes.
Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
Que ergui mais alto o meu grito,
E pedi mais infinito!
Eu, o meu eu rico de vícios e grandezas,
Foi a razão das épi-trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Alevantei com ironia, sonho, e fumo...
O que eu buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febre de Mais, ânsias de Altura e Abismo
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.
E só por me ter vedado
Sair deste meu ser pequeno e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano,
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!
Senhor meu Deus em que não creio!
Nu a teus pés abro o meu seio:
Procurei fugir de mim,
Mas eu bem sei que sou o meu único fim.
Sofro, assim, pelo que sou,
Sofro por este chão que aos pés se me pegou,
Sofro por não poder fugir,
Sofro por ter prazer em me acusar e em me exibir!
Senhor meu Deus em que não creio porque és minha criação!
(Deus, para mim, sou eu - sou eu chegado à perfeição...)
Senhor! dá-me o poder de estar calado,
Imóvel, manietado, iluminado!
Se os gestos e as palavras que sonhei,
Nunca os usei nem usarei,
Se nada do que eu levo a efeito vale,
Que eu me não mova! que eu não fale!
Também sei bem que embora trabalhando só por mim,
Era por um de nós. E assim,
Neste meu vão assalto a nem sei que felicidade,
Lutava um homem pela humanidade.
Mas o meu sonho megalómano é maior
Que a própria dor
De compreender como é supremamente egoísta
A minha máxima conquista!
Senhor! que nunca mais meus versos sôfregos e impuros
Me rasguem, e meus lábios cerrarão como dois muros,
E o meu silêncio, como incenso, atingir-te-á,
E sobre mim de novo descerá...
Sim, descerá da tua mão compadecida,
Meu Deus em que não creio! e porá fim à minha vida:
E uma terra sem flor e uma pedra sem nome
Saciarão a minha fome!
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José Régio,
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Amor
Irene Lisboa
Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor, tão chão de Amor,
que sensível és...
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!
Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes,
tanto grito e pena perdida...
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti
e tu de nós?
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Irene Lisboa
domingo, 27 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
SIGNIFICADO DO NOME ROMEU
ORIGEM DO NOME ROMEU
Qual a origem do nome Romeu: ITALIANO
SIGNIFICADO E ORIGEM DO NOME ROMEU
O nome Romeu significa pessoa desmedida, que não consegue viver a vida sem desafios.
Aprecia liberdade e mudança e tem pensamentos sempre avançados em relação aos outros.
É criativo, inteligente e observador, qualidades que o fazem sentir seguro e otimista.
É ainda um pouco ansioso, pelo medo de falhar.
Para resolver os problemas dos outros age com muita sabedoria, já quando o problema é seu tende a sentir-se desnorteado.
Para resolver os problemas dos outros age com muita sabedoria, já quando o problema é seu tende a sentir-se desnorteado.
Isso acontece porque sente-se mais confortável em decidir as coisas sempre com a cabeça fria.
Mas seu coração sempre se intromete no meio das duvidas, e fica difícil mesmo decidir.
Um bom conselho seria controlar a ansiedade nestas horas e não ter medo errar.
De caráter determinado, adapta-se facilmente a qualquer situação e demonstra ser um indivíduo sério e possuidor de uma vontade fora do comum.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
Este inferno de amar
Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que d'antes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tam serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei.
Almeida Garrett
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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um motivo maior para se viver...
A lua estava linda...
Meu coração decidiu, por um momento, não chorar... Apenas deixar o tempo tomar conta das emoções e seguir em frente, como se deve!
Recuei diante da impulsividade...
Não precisa ser para hoje. Nada é tão definitivo assim!
Até porque, em minha humilde opinião, acredito que certas urgências causam uma espécie de agressão à alma.
Não há por quê correr...
Se acaso amanhã eu sentir vontade de um beijo, não deixarei de enternecer os lábios, nem me fecharei em um casulo aguardando acolhimento.
Quero apenas apreciar essa lua que me chama para a noite!
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
sábado, 19 de janeiro de 2013
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Não foi à primeira
Não foi à primeira que descobri
Que o que sinto por ti
É algo fora do normal
Não à segunda
Nem à terceira vez
Que senti o fogo ardente
Que queima-me por fora e por dentro
....a chama latente
Que incendeia o meu centro
Mas sim da última vez que te vi
E senti que um minuto era uma eternidade
Quando longe de ti
Minha celebridade
....sei lá se mereço sofrer
....sei lá se cometi algum pecado numa vida anterior
E dele não me arrependi
Mas sei que… estou prestes a pecar de novo
Porque eu não quero que esta chama
Que vem de dentro do meu corpo
Torne-se apenas numa luz incandescente
Que despeja velhas lembranças
Que torne-se apenas numa nascente
Ressuscitando as minhas esperanças,
Esperanças essas detentoras de um forte desejo
Que desde que apaixonei-me por ti
Guardá-las tem-se tornado um sacrilégio
Autor: Paulo Menezes
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
domingo, 13 de janeiro de 2013
Second Chance
Às vezes penso que quero mudar tudo!
Penso que estou cansado demais para continuar...
Mas com medo demais para ficar no mesmo sitio...
E se paro um segundo...
Penso em coisas que na verdade não me importam...
Mas sou o primeiro a admiti-lo...
Admito tanta coisa de mim...!?
Admito que procuro muitas vezes a estabilidade...
E cometo muitas vezes o erro de a procurar em sítios...
Quando o sitio certo é dentro de mim...
Aprendi que chorar nos deixa suficientemente leves...
Para sermos capazes voar!
Não me minto nem me engano a mim próprio,
Consigo ver quem tenho à minha volta,
E as mentiras daqueles que foram e são ilusões,
Ilusões que me revoltaram e roubaram partes da alma!
Mas que no fundo apenas me libertaram,
Apenas me permitiram ver quem me ama,
Quem me apoia e acompanha no caminho.
Há pessoas que me marcam para a vida,
Houve quem desenhasse luz nas palavras,
E a desligasse em atitudes...
Mas a minha luz mantem-se acesa,
Porque o meu amor não morre assim!
Quando a distância de um objectivo aumenta,
Não é porque esteja errado,
Mas sim porque é necessário fazer o caminho certo para lá chegar!
Não é porque o meu destino esteja por descobrir,
Mas sim porque precisava de o entender...
De me ouvir e ficar mais próximo de mim próprio,
Uma proximidade que andava perdida...
Perdido em casas...
Perdido em viagens...
Perdido em amores...
Perdido em vontades que nunca foram verdadeiramente minhas!
Hoje a iluminação devolve-me ao caminho certo!
Devolve-me ao ponto de partida!
E dá-me a oportunidade de começar uma segunda vez!
sábado, 12 de janeiro de 2013
sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
domingo, 6 de janeiro de 2013
sábado, 5 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Encostei-me
Encostei-me para trás na cadeira de convés e fechei os olhos,
E o meu destino apareceu-me na alma como um precipício.
A minha vida passada misturou-se com a futura,
E houve no meio um ruído do salão de fumo,
Onde, aos meus ouvidos, acabara a partida de xadrez.
Ah, balouçado
Na sensação das ondas,
Ah, embalado
Na idéia tão confortável de hoje ainda não ser amanhã,
De pelo menos neste momento não ter responsabilidades nenhumas,
De não ter personalidade propriamente, mas sentir-me ali,
Em cima da cadeira como um livro que a sueca ali deixasse.
Ah, afundado
Num torpor da imaginação, sem dúvida um pouco sono,
Irrequieto tão sossegadamente,
Tão análogo de repente à criança que fui outrora
Quando brincava na quinta e não sabia álgebra,
Nem as outras álgebras com x e y's de sentimento.
Ah, todo eu anseio
Por esse momento sem importância nenhuma
Na minha vida,
Ah, todo eu anseio por esse momento, como por outros análogos —
Aqueles momentos em que não tive importância nenhuma,
Aqueles em que compreendi todo o vácuo da existência sem inteligência para o
compreender
E havia luar e mar e a solidão, ó Álvaro.
Álvaro de Campos
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
SABEM QUE meu coração e minha língua fizeram um trato?
Quando meu coração estiver enfurecido,
minha língua guardará silêncio.
As palavras respondem aos sentimentos, e os sentimentos às idéias.
Por isso, é impossível dominar nossas palavras se
não somos senhores de nossos sentimentos; e estes sentimentos
irão se acalmando segundo a força de nossas idéias.
A um coração que não se domina, responderão palavras violentas
e ferinas; a um coração fechado em si, sucederão palavras e
atitudes que depreciam os demais.
Por conseguinte, calarei quando meu coração não estiver sossegado
e em calma; não falarei, pois seguramente me arrependerei do que
disser ou, pelo menos, do modo como o disser,
ou do momento em que o disser.
Se em geral o coração não costuma ser bom conselheiro,
menos o será quando não estiver em paz e não
se sentir senhor de si mesmo.
Armando Ettore
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